Diante do cenário de aperto fiscal no país, a futura ministra da Agricultura, a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), estuda um modelo de financiamento ao agronegócio em que o Tesouro reduziria o volume de recursos destinados ao custeio agrícola, realocando parte dele para subsidiar o seguro rural.
Com a proposta, ela quer atacar um problema apontado como um dos maiores gargalos do setor agropecuário. O orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) dificilmente ultrapassa a casa dos R$ 400 milhões e, não raro, sofre com contingenciamentos, sendo considerado insuficiente para proteger as lavouras brasileiras dos efeitos das intempéries. Hoje, apenas 10% da área plantada com grãos no Brasil tem alguma cobertura de seguro.
O aumento dos recursos para subsidiar o seguro rural seria um estímulo para os bancos privados ampliarem a oferta de crédito a produtores e a empresas do setor agrícola, disse a futura ministra em entrevista exclusiva. O Banco do Brasil lidera atualmente os financiamentos ao setor rural e tem cerca de 60% desse mercado.
“Talvez a gente não tenha recursos suficientes para fazer custeio e seguro de safra. Então, tendo a garantia da apólice de seguro com mais recursos, acho que os bancos privados vão aumentar o volume de crédito na agricultura, porque aí não corre o risco do clima”, disse.
A proposta está sendo analisada pela equipe de transição do governo e deve ser amadurecida e apresentada nas próximas semanas ao futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente eleito Jair Bolsonaro.
Fonte: Valor Econômico
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