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Resultados do seguro agrícola em 2022: o que o Brasil e EUA têm em comum?




Assim como o Brasil, o setor de seguros agrícolas dos Estados Unidos (EUA) enfrentou desafios significativos em 2022. Enquanto o mercado americano atingiu um recorde de US$ 21,5 bilhões em prêmios, a seca generalizada e outras condições climáticas desfavoráveis ​​levaram a perdas substanciais nas áreas seguradas do país.


Neste mesmo ano, uma dinâmica semelhante aconteceu por aqui, a arrecadação do segmento de seguro rural no Brasil, foi de R$ 12,6 bilhões em prêmios, o que representa 40% de crescimento. Em contrapartida, as seguradoras pagaram mais de R$ 10 bilhões em indenizações, aumento de 78,6%.


O fator principal que contribuiu para o crescimento dos prêmios, tanto nos EUA quanto no Brasil, foi o aumento nos preços das commodities agrícolas. Já o crescimento das indenizações é reflexo do risco climático cada vez mais frequente e intenso, que extrapola a média daquilo que é a referência em determinada região, por exemplo.



Antes de prosseguir com o assunto, entenda como funciona o mercado norte-americano:


Existem dois modelos de seguros agrícolas disponíveis para os agricultores nos Estados Unidos:


O seguro contra granizo, fornecido pelo mercado privado, e o seguro agrícola multirrisco, subscrito pelo setor privado e pelo governo federal, ofertado como parte do Programa Federal de Seguros Agrícolas (Federal Crop Insurance Program).


  • Seguro Granizo


O seguro contra granizo é ofertado por seguradoras privadas e não faz parte do Programa Federal de Seguros Agrícolas. Os agricultores podem comprá-lo a qualquer momento do desenvolvimento da lavoura para proteção contra granizo, incêndio, raios, vento e outros riscos, como vandalismo e roubo, enquanto muitas apólices também cobrem os custos de replantio.


A contratação desse seguro também uma estratégia de proteção contra perdas de safras que não são seguradas pelo programa federal ou ficam abaixo do limite de cobertura federal.

  • Seguro Multirrisco


Esse seguro cobre a perda de rendimento da colheita como resultado de todos os tipos de causas naturais, incluindo seca, umidade excessiva, congelamento profundo, clima excepcionalmente quente e até doenças. A apólice deve ser adquirida pelo agricultor antes do plantio para que qualquer sinistro potencial seja válido.


Essa cobertura de seguro é oferecida pelo Federal Crop Insurance Program, que é uma parceria público-privada entre o governo federal e 15 seguradoras privadas aprovadas pela Agência de Gerenciamento de Riscos do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA RMA) para redigir apólices MPCI (Multi-Peril Crop Insurance (MPCI)


As taxas de prêmio para esses seguros distribuídos por seguradoras no Programa Federal de Seguros Agrícolas são determinadas pela Agência de Gerenciamento de Riscos (RMA). Outro ponto importante é que o programa MPCI responde por 93% dos prêmios emitidos em 2022. As seguradoras MPCI tiveram um índice de sinistrais de 102,8% em 2022.

Por outro lado, os resultados do seguro agrícola privado tem sido consistentemente não lucrativos desde sua introdução. No entanto, o índice de sinistralidade de 109,8% em 2022 foi o melhor resultado já registrado.


O que pode ser feito para aumentar o equilíbrio do mercado?


Uma questão significativa para análise, é a concentração das operações em determinadas culturas e regiões, por isso, a escala é um fator crucial no desenvolvimento de uma carteira mais lucrativa para as seguradoras.


Qual é o caminho para isso? Uma das sugestões é sobre estratégias de inovação em três âmbitos:


  • Produtos;

  • Comercialização / Canais de distribuição;

  • Resseguros;


A diversificação geográfica também é altamente benéfica, pois, reduz o risco de exposição a um único evento ou acúmulo de perdas de um local. A quebra de safra dos últimos anos no sul do Brasil, região com maior concentração de contratação de seguros agrícolas, é um exemplo claro disso.


Como é de conhecimento de todos, quando se trata de agricultura, o clima é um fator incerto que impacta obviamente o mercado segurador. Mesmo quando as estimativas demonstram tendências positivas, tudo pode mudar à medida que o desenvolvimento das lavouras avançam e as condições climáticas variam.

Portanto, a adoção de tecnologias, é importante para que as seguradoras obtenham percepções sobre os riscos, que resulta em maior precisão das operações de subscrição e promove a resiliência geral das suas carteiras.


Contudo, apesar dos desafios, tanto aqui, quanto nos EUA, há um posicionamento otimista para um crescimento contínuo nos próximos anos. O principal motivo para isso é simples: os produtores reconhecem cada vez mais a importância de estratégias abrangentes de gestão de riscos.

Reconhecer o progresso das ferramentas de gestão de riscos é interessante, mas a necessidade urgente de esforços adicionais para lidar com a significativa lacuna no mercado de seguros agrícolas é fundamental. No Brasil, por exemplo, diferentemente dos EUA, existe um fator de atenção: programa de subvenção. Ainda não temos um orçamento bem definido para atender a demanda, o que gera um entrave para que o mercado alcance, melhores resultados.





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