O evento "Novos Desafios da Safra, foi realizado pela revista Globo Rural, na sexta-feira (30/8) em São Paulo, no qual foram abordadas as transformações mais impactantes no agronegócio e temas estratégicos como o novo cenário mundial, os avanços tecnológicos no campo e o monitoramento do clima. O evento contou com patrocínio da Corteva.
O ex-embaixador Rubens Barbosa, presidente emérito do Conselho Empresarial Brasil Estados Unidos (CEBEU), foi um dos palestrantes, assim como Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior. Pedro Loyola, diretor de gestão de risco do Ministério da Agricultura, considerado um dos maiores especialistas em seguro rural do país, e Ademiro Vian, especialista em crédito rural e presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio, abordaram o cenário de seguro rural, crédito e instrumentos de hedge. A economista Emily Rees, ex-adida da França no Brasil e especialista em comércio exterior, participou diretamente de Bruxelas, na Bélgica.
O impacto das mudanças climáticas no campo e as tecnologias que podem minimizar os riscos foram debatidos por especialistas como Sandra Milach, líder de pesquisa genética da Corteva, Patricia Madeira, diretora do Climatempo, e Bruno Brasil, secretário de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa.
O panorama do crédito e do seguro rural no Brasil foi o tema do segundo painel dos Novos Desafios da Safra. O diretor de gestão de risco do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola, e o consultor, especialista em crédito rural e ex-diretor da Febraban, Ademiro Vian, trouxeram os pontos de vista do governo e do setor privado.
Segundo Loyola, a atual gestão da ministra Tereza Cristina pretende fazer uma transformação da política agrícola totalmente voltado para o crédito rural sustentável com gestão de risco. Atualmente abrangendo 5 milhões de hectares no Brasil, Loyola diz que a meta é mais que triplicar a área, atingindo 18 milhões de hectares em um ano e meio. “Vamos conseguir atender a essa demanda, que é dinâmica. Os Estados Unidos levaram 40 anos para desenvolver a política que possuem hoje. Aqui ainda é jovem, está amadurecendo. Vamos entregar essa gestão em 2022 com uma contratação do seguro rural mais massificada”, destacou.
Loyola lembrou, ainda, que foram utilizados cerca de R$ 700 milhões para pagar R$ 2,9 bilhões em indenizações aos produtores de janeiro de 2018 a junho de 2019. “Hoje, temos em torno de 85% dos produtores como pequeno ou médio dentro do programa (Proagro). Porque os grandes (produtores) às vezes acham que não vale a pena contratar e buscam outras alternativas. Isso mostra que quem está buscando realmente o seguro é o pequeno e médio”, disse Loyola.
“O governo deve estar participando especialmente na agricultura familiar, que é um desafio de governo e de Estado e é assim que tem que ser, para investimento e no custeio. O grande e o médio estão buscando alternativas de mercado de capitais”, completou Vian.
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