24.jan.2024 ( quarta-feira)
O Seguro Rural no Brasil é caracterizado por uma parceria entre os setores público e privado. O governo, mantém sua participação no apoio financeiro e em ações que visam incentivar ferramentas de gestão de riscos no âmbito da política agrícola.
A responsabilidade pelo desenvolvimento e oferta de produtos de seguros cabe às empresas privadas (seguradoras/resseguradoras) que dispõem de conhecimento técnico para esta função. Vale apontar, que os altos índices de sinistralidade das safras recentes representam um desafio significativo enfrentado pelo mercado de seguros agrícolas e as companhias precisaram realizar ajustes tanto na viabilidade técnica quanto financeira das operações.
Contudo, a dependência de recursos públicos para a contratação é também considerada uma fragilidade importante. Em geral, a sustentabilidade do mercado é amplamente influenciada pela subvenção ao prêmio do seguro rural. Isto significa que as decisões do governo no âmbito financeiro são fundamentais para manter a estabilidade do setor.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirma ao longo dos últimos meses que o governo precisa apresentar alternativas para implementar mudanças no modelo de seguro agrícola no Brasil. De acordo com ele, essa modernização resultará em um "custo acessível para que o poder público possa, dentro das suas limitações orçamentárias, comparecer com o subsídio”.
Então, isso significa que a solução para o problema é buscar por “algo novo” e assim disponibilizar um seguro mais barato ao produtor rural? Desta forma, o programa consegue atender à demanda, já que o orçamento está menor a cada ano e tende a ficar mais limitado? Essa seria a melhor maneira de resolver a questão? Um diálogo mais transparente e a organização dos recursos do PSR não são uma opção? Por que investir tempo em outros caminhos que levam a resultados que exigem um longo prazo para serem estruturados? Enfim, é importante reconhecer as crescentes necessidades financeiras do PSR e priorizar estes recursos, bem como comprometer-se a encontrar saída para estes problemas.
Outro ponto relevante, é que algumas seguradoras no Brasil oferecem seguro paramétrico semelhante ao modelo mexicano, citado pelo ministro da agricultura. Esse tipo de seguro pode ser adaptado conforme as necessidades do produtor e contratado com subvenção federal. Ele é baseado em índices, como excesso ou falta de chuva, e é totalmente personalizável. Isto é, as “ferramentas mais modernas” já estão disponíveis e tendem a ganhar espaço no mercado ao longo dos anos.
Dessa forma, já que a abordagem é aprimoramento da tecnologia no mercado de seguro rural, é importante que a estratégia de comunicação do governo destaque as ações que estão em andamento para promover o desenvolvimento de seguros paramétricos no país, ou seja, uma atuação mais justa com a realidade do mercado.
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