Um levantamento produzido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) mostrou que tem crescido no Brasil a procura pelo seguro Pecuário, destinado aos rebanhos de produção, e pelo seguro de Animais, focado na proteção de equinos e bovinos de elite. No entanto, mesmo com esse crescimento, a contratação de seguros para rebanhos ainda é minúscula, os valores contratados não alcançam 2% do mercado potencial no país.
Entre 2018 e 2022, a procura pelo seguro Pecuário teve aumento expressivo de 1.106%, alcançando R$ 70 milhões. Já o de Animais cresceu 92%, chegando a R$ 20,2 milhões no ano passado. Juntas, as modalidades arrecadaram mais de R$ 226 milhões em cinco anos, com avanços anuais consistentes.
Joaquim Neto, presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação de Seguros Gerais (FenSeg), explica o cálculo para o índice de 2% do mercado potencial:
“Pensando apenas em bovinos, o Brasil possui em torno de 250 milhões de cabeças. Supondo um preço médio nacional de R$ 2 mil a R$ 3 mil por animal, o valor do rebanho nacional seria de de R$ 500 bilhões no mínimo. Se colocarmos em 1% o prêmio do seguro, os criadores brasileiros deveriam estar contratando R$ 5 bilhões para amparar todos esses animais. Portanto, quando a gente fala de apenas R$ 90 milhões contratados em um ano, isso é 1,8% do mercado possível”.
Esse valor considera apenas bovinos, mas o seguro pecuário, por exemplo, pode ser usado também para plantéis de aves e suínos. Para o executivo da Fenseg, a dimensão pequena das contratações de seguro, diante do mercado gigante de atuação para o setor, deve-se a motivos culturais, econômicos e de conhecimento.
Entenda as diferenças entre os tipos de seguro:
Seguro Pecuário é uma modalidade de Seguro Rural. Seu objetivo é garantir o pagamento de indenização em caso de morte de animal destinado, exclusivamente, ao consumo, produção, cria, recria, engorda ou trabalho por tração. Também estão enquadrados os animais destinados à reprodução por monta natural, coleta de sêmen ou transferência de embriões, cuja finalidade seja, exclusivamente, o incremento e/ou melhoria de plantéis. Por ser um tipo de Seguro Rural, ele goza de isenção tributária.
Seguro de Animais visa a garantir o pagamento de indenização em caso de morte de animais considerados de elite, domésticos ou de segurança. Animais de elite são os destinados ao lazer ou à participação em torneios/provas esportivas, bem como aqueles utilizados, exclusivamente, na coleta de sêmen e transferência de embriões, mas para para fins distintos dos estabelecidos para o Seguro Pecuário. Ele não é considerado um Seguro Rural e, portanto, não possui isenção tributária.
Dica: Temos um artigo explicando essas duas modalidades: LEIA AQUI
Motivo do crescimento superior a 1.100% registrado no seguro Pecuário nos últimos 5 anos:
A expansão deve-se ao fato de que instituições financeiras começaram a exigir ou aceitar o seguro em suas operações de financiamento de atividades pecuárias. Essa tendência é positiva, tanto para os bancos quanto para os criadores, pois diminui o risco para instituição financeira e evita o endividamento do pecuarista.
Exemplo de Mercado:
Uma das principais seguradoras desse ramo, registrou um crescimento em 2022, em relação a 2021, de 75% das emissões. Os prêmios, na mesma base de comparação, registraram aumento de 80%. Já analisando o período de janeiro a julho de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022, o crescimento é de 75% em emissões e 65% em prêmio.
O diferencial de crescimento pode ser creditado à Cobertura Básica de Faturamento Antecipado: esse produto garante um faturamento para o produtor em função do número de animais segurados, preço futuro e nível de cobertura. A essência dessa cobertura é a proteção do faturamento, não se limitando apenas à vida do animal ou ao preço, mas também à combinação desses dois fatores.
Fonte : Globo Rural
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